terça-feira, 8 de maio de 2012

sábado, 25 de junho de 2011

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Cecília Meireles

Abre o túmulo, e olha-me: dize-me qual de nós morreu mais.” (Cecília Meireles)

Humildade, artigo de Luxo


Muito se fala em humildade, mas muito pouco se pratica.  Para falar em humildade, é preciso falar de sua contrapartida: a vaidade. Uma cede lugar à outra e vice-versa. E as duas nunca foram vistas juntas, de mãos dadas, convivendo pacificamente.
Tem vaidades que ajudam a crescer. Outras, atrapalham o crescimento. Tem, também, certas humildades que ajudam o sujeito a nunca sair do lugar, para na sua cabeça todo mundo pisotear.
 Aquele que quiser aprender por vergonha de fazer errado, desejando acertar pelo simples prazer de fazer as coisas corretamente, preservando um certo orgulho de si mesmo, está certo em se dedicar ao aprendizado para fazer mais e melhor. É a vaidade que dá certo, certo?
Mas, pegando-se como exemplo esse mesmo sujeito, se depois de alguns elogios, vindo o tão esperado reconhecimento, o dito cujo quiser resolver um probleminha antigo com a sua auto-estima, pode se perder no meio do caminho. Tão bem intencionado, resvala na vaidade viciosa. Sim, porque quando o problema é desse gênero, é como se fosse um vício cruel e desalmado que cada vez exige mais daquele que se vê afetado pelo prazer/desprazer que o amor próprio provoca.
Quando o desamor por si mesmo é muito grande, torna-se intolerável, a pessoa nega para si e para os outros que sente desprezo por si e passa a agir de forma absolutamente inversa. Este tipo de pessoa, erroneamente, só procura uma saída: buscar incessantemente uma resposta em contrário. É o que acontece com o ser arrogante, que procura desesperadamente uma afirmação positiva e contínua em relação a si mesmo. Ele só quer ouvir: - é o bom, é o bom, é o bom. E quando isso acontece, o que é bastante comum, com uma pessoa de prestígio, acaba sempre encontrando pessoas que lhe digam o que quer ouvir, mesmo que saiba ser falso testemunho. Parece até que não importa muito, o que vale é ouvir...
O problema é que tais pessoas acabam geralmente escravas de uma insegurança, uma agonia que envolve o próprio umbigo, sem sequer pensar em desistir dessa trajetória desgastante e muito mais frustrante do que se pode imaginar.
Vê-se como é tênue a linha que separa a humildade da vaidade e como é fácil uma ceder o lugar à outra, desde que haja uma sementinha esquecida n’algum canto do coração. Seja da boa ou da ruim, nos cabe procurar onde ela está enterrada, para dela fazer uma flor bem regada, e assim, quando for admirada, tenhamos o cuidado de reconhecer o valor exato que ela tem.
Ao contrário do que muita gente pensa, simplicidade não é privilégio de pobre. Existe muita gente rica e simples, rica e arrogante, do mesmo jeito que tem muito pobre pernóstico ou, simplesmente, simples. Eu tenho uma amiga que diz brincando, uma verdade que chega a ser engraçada a esse respeito. Diz ela que se tirasse na loteria, seria uma pessoa extremamente humilde, porque não existe coisa mais chique do que um rico/humilde.
O rico que eu falo, não se refere apenas ao poder que pode ter o endinheirado, mas a qualquer poder passível de exercício. O poderoso é frequentemente vitimado pela teia das vaidades que envolvem o ser humano. 

Psicoterapia é preciso?

TODO MUNDO PRECISA FAZER PSICOTERAPIA?!
Muitas pessoas já me perguntaram se eu concordava que “todo mundo deveria fazer
psicoterapia” e essa pergunta sempre me incomodou um pouco. Talvez pela impressão de que uma
afirmação como essa faça com que o processo psicoterapêutico mais pareça uma coisa boa e
saudável como hidratar a pele, fazer exercícios físicos e manter uma alimentação adequada.
A psicoterapia é um processo técnico, fortemente embasado cientificamente e de
complexidade relevante. Não que um bom hidratante também não o seja.
Mas algumas pessoas, inclusive, não se adaptam ao processo e para certos grupos de pacientes,
ainda não existe tratamento psicoterápico que seja eficiente.
Em contrapartida muitas pessoas se adaptam bem às mudanças da vida e equacionam seus
problemas de forma razoável. Talvez, eventualmente, uma pessoa que nunca havia precisado de
ajuda possa se beneficiar do trabalho de um psicoterapeuta capacitado.
Da mesma forma que existe um percentual de pessoas doentes que necessitam de cuidados,
incluindo a psicoterapia, também há uma parte da população que por uma série de razões, tem mais
facilidade de conviver no mundo adulto, competitivo, às vezes feroz e desleal. Essas razões
(variáveis) incluem o tipo de personalidade, história de vida, hereditariedade, etc.
Em situações extremas, muitos sobrevivem e seguem enfrente sem sequelas maiores. Não que
sejam super sensatas o tempo todo ou inexoravelmente equilibradas, mas que conseguem usar o
bom senso de forma predominante em grande parte da vida. Mas esta condição não depende da
vontade. Seria fantástico se dependesse apenas da vontade quando o assunto é comportameto.

É claro que uma pessoa considerada “equilibrada”, em determinados episódios, poderá ficar,
em outros, bastante abalada e apresentar um comportamento inapropriado. Nestes casos, não se
trata de uma patologia e nem sempre essas pessoas procuram, ou necessitam, de ajuda psicológica.
Geralmente, o padrão antigo de comportamento não tarda a se reapresentar.

Também não sei até que ponto a procura por esta afirmação é feita da boca pra fora ou por
'projeção' de uma dificuldade, pois na realidade o que mais se vê é uma relutância muito grande por
parte da maioria quando o assunto é ser tratado em psicoterapia. Até porque requer humildade
(vividos por muitos como humilhação) ao reconhecer e procurar tratamento psicológico para si.
Muitos vivem suas ansiedades correndo atrás de receitas de psicofármacos como se as pílulas
isoladamente pudessem fazer o trabalho completo e agindo assim, não se expõem nem correm o
risco de serem diagnosticados, levando um rótulo de ''perturbado mental'' carimbado na testa. São
pessoas que ignoram voluntariamente a dependência química que alguns psicotrópicos (como os
ansiolíticos e hipnóticos) podem causar quando utilizados sem critério. São fugitivos das próprias
angústias e prisioneiros dos frascos e comprimidos.
E como isso é comum. Não deveria. Muita gente encara esse comportamento como quem
sonega imposto, ou seja, não deixa de ser errado, mas quase todo mundo faz...
As pesquisas mostram que a eficácia de um tratamento psicológico levado a sério, seja com
inclusão de psicofármacos ou não, aumenta em dobro as chances de recuperação. Inclusive a
química cerebral é afetada de forma benéfica por uma sessão com o terapeuta.
Talvez a idéia de que todo mundo devesse se submeter aos cuidados de um psicólogo sine die
ainda seja uma herança do pensamento psicanalítico, já ultrapassado enquanto técnica de controle
ou solução da maioria dos transtornos mentais. Mas não deixa de ser uma boa forma de
investigação da personalidade.
Também essa idéia de psicoterapia geral e irrestrita pode ser a simples expressão de um sonho
da vida perfeita, num mundo cheio de desafios, onde o outros parecem sempre mais problemáticos
do que nós mesmos.
Quanto à pergunta, eu sempre respondi: - Depende... (mas nunca me expliquei)!

Doris Ritter de Abreu Valença, com correções do Jorge Ritter de Abreu
Psicóloga Especialista em Neuropsicologia
CRP 07/10353
email: dorisabreu@msn.com

autistas, não. Egoístas

Tem gente que não existe 'outros', outrem, etc, são como trens cujos trilhos vêem só o seu próprio farol vindo de qualquer lado!